Esse é um assunto um tanto polêmico, que dá muito o que falar principalmente entre os apaixonados por carros. De fato, o valor de certos carros em países vizinhos podem ser muito mais baixos quando comparado com o valor médio desses modelos em terras brasileiras.
O que faz, por exemplo, com que a diferença entre os US$26.695 necessários para adquirir Camaro Cupê nos EUA e o preço de R$305.000 para comprar a versão brasileira seja algo tão gritante? “São os impostos!”, muitos diriam. Mas é só isso?
É uma questão que envolve muitos fatores que permeiam a indústria brasileira como um todo, até a cultura de desenvolvimento de tecnologias do país. O professor de MBA executivo da Fundação Getúlio Vargas, Murilo Moreno, elenca os principais motivos que aumentam os preços por aqui. Vamos ver.
Foto: divulgação / Chevrolet
O imposto, claro, é um fator real de grande influência. A alta carga tributária no país faz com que os veículos custem até 40% mais em seu preço final: ele está presente na fabricação das peças do veículo, na montagem, no processo de venda e compra, tudo em diferentes proporções, títulos e custos. Um Camaro que custasse R$183.000 (40% a menos) ainda seria caro para muitos bolsos, mas muito mais acessível.
A taxa básica de juros (Selic) por aqui também é muito alta, chegando a 13% ao ano. Esse valor é embutido no preço dos carros, como um fator que influencia em como as montadoras vão financiar as vendas.
É claro que tudo que precisa ser importado acaba sendo mais caro do que é produzido no país. Nos veículos, algo muito importante passa por esse viés, que é a tecnologia imbutida nos componentes eletrônicos. Além de não poder desenvolver localmente essa tecnologia, esses componentes que vêm de longe também passam por custos de transporte, impostos de importação, entre outros fatores que acarretam num preço final mais elevado.
O fator que falamos acima, além de fazer com que os carros sejam mais custosos em comparação a outros países, faz com que também sejam menos tecnológicos – para baratear a produção.
Como também sabemos, quantos mais carros são produzidos (e procurados), mais baratos ficam. No caso do Brasil, segundo o professor Moreno, a capacidade de produção anual é de 4 milhões, enquanto a atual produção conta com apenas 2 milhões de modelos anuais. Isso torna o custo da produção como um todo um tanto mais cara.
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Com informações de Auto Esporte.
