Na semana passada, o empresário Elon Musk, um dos donos da Tesla Motors, fabricante de veículos elétricos, fez o seu modelo Roadster ir parar no espaço, indo diretamente para Marte. É isso mesmo: neste exato momento, existe no espaço um carro vermelho conversível que um dia já andou pelas ruas da Terra.
O Tesla Roadster à bordo do Falcon Heavy. Imagem: reprodução / Quatro Rodas.
E ele funciona?
Não, ele não poderá andar por lugar nenhum. Na verdade, é impossível que se ele sequer se mantenha inteiro já que, logo depois que ele saiu da Terra, seus componentes elétricos e orgânicos, como a borracha e a fibra de carbono, não conseguiriam resistir a radiação do espaço.
O carro também teve que esvaziar todos os seus pneus e fluidos, já que sem a pressão atmosférica da Terra todos os reservatórios e mangueiras iriam explodir, espalhando líquido por toda a cabine. A estrutura física dele também corre altos riscos no espaço, já que a temperatura em diferentes momentos da viagem podem ir de -100° até 300°.
O primeiro “carro” a ir parar no espaço
É bem provável que seu dono, o próprio Elon Musk, não tenha pretensões de fazer o carro funcionar em qualquer superfície que não seja a terrestre. Isso porque todo o carro precisaria estar recoberto de proteções metálicas fortíssimas para impedir que o ambiente inóspito do espaço afetasse as peças, assim como foi feito com o Lunar Rover Vehicle, o primeiro veículo a rodar no espaço.
O Lunar Rover foi enviado pela Nasa, em 1971, para ser o primeiro veículo a andar pela Lua, feito especificamente para isso. É claro que não tinha nem uma fração da esportividade, beleza e força que o Tesla tem, mas ele cumpriu a função.
O carro espacial da Nasa foi concebido especificamente para aguentar as condições difíceis da Lua. Ele contava com um motor elétrico de 0,25 cv (sim, bem fraco) em cada roda que funcionavam por baterias alimentadas por energia solar, que era captada pelo próprio carro. Com sua capacidade, conseguiu rodar exatos 27,8 quilômetros ao longo de pouco mais de 3 horas.
O Lunar Rover Vehicle em 1971. Imagem: reprodução / Auto Esporte.
De qualquer forma, o envio do Tesla Roadster ao espaço não é mais importante do que o voo do foguete que está carregando ele. O Falcon Heavy é o foguete mais potente já fabricado, e chegou a atingir impressionantes 72 mil km/h.
O feito da empresa foi até utilizado como argumento para convencer investidores e clientes de sua estabilidade. No último ano, a Tesla anunciou um prejuízo recorde de US$ 675 milhões por causa da produção de seu último modelo, o Model 3. Para acalmar os ânimos, o “chefe” Elon Musk disse: “Se podemos mandar um Roadster para o cinturão de asteroides, provavelmente conseguiremos resolver o problema da produção do Model 3″.
A Sigma vai ficar de olho para ver o que acontece com o último veículo a ser enviado para o espaço. Enquanto isso, continue acompanhando mais notícias do mundo dos automóveis aqui em nosso blog!
Com informações de Auto Esporte, Quatro Rodas.
