Para algumas pessoas, principalmente as menos acostumadas a viajar, não existe outro jeito: alguns minutos no banco do passageiro, vendo as paisagens passarem, e o corpo já emite sinais de que as coisas não estão bem. Na verdade, ele pensa que você está sendo envenenado. Como? Nós te dizemos.
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O enjoo no carro acontece porque nossos sentidos se sentem confundidos. Para nosso corpo, ainda é muito recente a capacidade de deslocamento em altas velocidades (maiores do que uma corrida a pé, por exemplo), e por isso, nessas situações, ele não consegue se adaptar totalmente aos sinais que recebe do exterior.
Questão biológica
Entre todos os componentes dos nossos sentidos (visão, audição, olfato, etc.), o responsável por saber como se encontra nosso equilíbrio é o ouvido interno. Ele possui alguns canais que são repletos de líquidos que denunciam qualquer alteração na posição de corpo. Se estamos inclinados, em movimento ou deitados, conseguimos ter noção disso, certo? Isso por causa do ouvido interno.
Outras maneiras que nosso corpo possui para saber como se encontra seu equilíbrio em relação ao ambiente são os sinais que recebe de outros órgãos, como os olhos, e dos músculos. Quando você está parado, seus olhos lhe indicam isso e seus músculos relaxam. Tudo está “tranquilo”.
Mas, agora, imagine a confusão quando o seu ouvido interno lhe diz que você está em movimento enquanto outros sentidos dizem o contrário? É o que acontece com os passageiros que sentem enjoo ao andar de carro: o corpo está recebendo inúmeros sinais conflituosos.
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Envenenamento?
Para resolver esse conflito de sinais, o tálamo, região responsável por algumas funções cognitivas, chega a um veredicto: você foi envenenado. Não é um surto de demência, não. Na verdade, porque seu cérebro recebeu sinais conflituosos entre seus sentidos, essa é a resposta mais óbvia, porque, ao menos na natureza, neurotoxinas são as respostas mais imediatas para desencontros de sentidos.
Sendo assim, “descobrindo” que você pode ter sido envenenado, seu cérebro emite sinais para seu estômago pedindo para se livrar de qualquer substância que possa estar causando aquele mal-estar. Aí então, entra o enjoo.
Mas por que isso não ocorre com motoristas?
Falamos de estímulos sensoriais, certo? Olhos, ouvido interno, músculos, todos enviam sinais para o cérebro para que ele saiba o que está acontecendo. Acontece que, quando você tem um grande número de estímulos dizendo uma coisa, mesmo que seu corpo possa mostrar o contrário, fica mais fácil para o cérebro tomar decisões.
No caso dos motoristas, por estarem atento às estradas, olhando-as e ouvindo-as, além de utilizar seus músculos para manter o carro em movimento – acelerando e virando o volante, por exemplo -, fica mais claro que você está realmente em movimento, e não envenenado.
Se tratando dos passageiros, principalmente aqueles que ficam facilmente enjoados, a melhor ideia é utilizar os sentidos ao seu favor: durante o trajeto, foque sua atenção na estrada, observando-a e ouvindo-a. Assim, da mesma forma que acontece com os motoristas, fica mais fácil para seu cérebro interpretar que você está em movimento.
Ficou mais fácil ter uma viagem tranquila agora, não é? Para outras curiosidades e novidades do mundo dos automóveis, continue acompanhando nosso blog. Estamos sempre correndo atrás de informações úteis para todos. Fique ligado!
Fonte: EXAME.
